30 de julho de 2008

Descanse em paz

Cinco da manhã. Toca o telefone. Era o despertador eletrônico. Tiro e ponho o telefone no gancho. Só mais cinco minutinhos – penso. Acordo quarenta minutos depois. A missa era às seis na Igreja de Santa Terezinha, em Botafogo. Até atravessar o túnel, no mínimo uns vinte minutos. Nunca chegaria a tempo. Pulo da cama e vou preparar o café. A pressa só não é maior porque não dá tempo. O rabo do meu olho nota o jornal de ontem que não li. O pão desceu frio mesmo. Meto a escova de dentes na boca, arrumo o cabelo e saio a mil por hora. A missa era de sétimo dia de um primo distante. Já descansava em paz.
Vivo, eu corro. Morto, ele descansa. Ocorreu-me que isto não estava certo. Mas me faltava tempo. Ou me sobrava?

Um comentário:

Larsvatell disse...

Rapáz...
Fantástico esse texto!

É kra, detalhes q podem parecer dispensáveis, às vezes têm toda a força de mudar a maneira q uma pessoa encara a vida!