15 de janeiro de 2010

Dos vinte e dois ao sentido perdido

Despertador. Seis horas. Olhos preguiçosos. Só mais um pouquinho. Cansaço. Levanta. Chinelos. Que dia é hoje mesmo? Oito passos. Chuveiro. Abre a torneira. Quarta-feira. Sabão. Tenho que pagar a conta de luz. Bucha. Espero que o fim de semana chegue logo. Enxágua. Acho que vou ver o filme novo do Woody Alen. Shampoo e Condicionador. 2 em 1. A Crítica diz que é bom. Fecha a torneira. Toalha. Desodorante. Perfume. Dez escovadas no cabelo. Doze nos dentes. Espelho sorridente. Galã de novela. Quatorze minutos. De volta ao quarto. Cuecas. Calça. Meias. Sapato. Maria, engraxa pra mim? Camisa. Pois não, doutor. Gravata. Que nó estranho! Cozinha. Café, torradas e jornal. Ah, esse meu país... Tá aqui o sapato, doutor. Obrigado, Maria. Dezesseis minutos. Tudo acaba em pizza. Paletó, celular e carteira. Chaves. Porta. Cuide-se, Maria! Elevador. Será que a avenida vai estar engarrafada hoje? Chave do carro na mão. Botão: Garagem. Batuque ansioso. Surpresa. Palma. Não peguei o maldito! Mosquito. Chave na ignição. Carrão. Nunca me deixou na mão! Embreagem, primeira, acelerador. Rampa. Botão. Portão abre. Botão. Portão fecha. Rua. Vinte quilômetros por hora. Aglomeração à vista. Que será isso? Para. Sai. Que aconteceu? Uma bicicleta e um carro. Amassou a lataria. Amassou a bicicleta. Bicicleta órfã. Apenas vinte e dois anos.

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