22 de janeiro de 2010

Ventiladores asiáticos

Dão asas ao vento que já voa sem asas. Pronto, é isso.

Há algum tempo, fala-se de arte moderna. Procura-se beleza em objetos que, por tão destoantes, são estranhos vistos juntos. Entende-se por arte um monte de papel picado dentro de um museu, como os feitos por crianças no jardim de infância. A arte moderna chama a atenção de nós, irrecuperáveis desatentos, aos contornos óbvios da vida. Talvez ela sublinhe aos desavisados as mais belas palavras de suas vidas cotidianas.
Leia como se estivesse apreciando uma pintura: saboreando-a com os olhos, descobrindo o gosto exótico que o guache de palavras proporciona. Leia como se estivesse apreciando uma música: tocando-a com os tímpanos, compreendendo a melodia lúdica nas entrelinhas. Não deixe, porém, que esta seja a maior arte do seu dia. Os maiores prazeres não estão na arte moderna, nem em qualquer outra. Afinal, queridas crianças no jardim de infância, “Aprecie com moderação” é só para os adultos.

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